Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2 – Análise
A propósito da celebração do 40º aniversário do lançamento de Super Mario Bros. no Japão, a Nintendo tem preparado algumas iniciativas e surpresas para os fãs. Enquadrado nessas festividades, Super Mario Galaxy e a sua sequela chegam à Nintendo Switch e com uma atualização gratuita para a Nintendo Switch 2, trazendo uma experiência de alto nível a ambos. Os jogos fazem parte de um pacote (embora possam ser comprados digitalmente em separado) como relançamentos que trazem de volta dois marcos dos jogos de plataformas em 3D. Este pacote procura modernizar algumas partes da experiência, traz melhorias visuais, uma interface revisitada, adições à história de Rosalina, sem nunca alterar a essência que fez deles dois títulos tão aclamados. Este lançamento poderia trazer mais conteúdo adicional, mas não deixam de estar aqui dois dos melhores jogos de sempre.

Para quem nunca teve oportunidade de os experimentar, é preciso explicar rapidamente o que cada aventura representa. No primeiro Galaxy, Mario vê-se catapultado para o espaço quando Bowser rapta Peach e todo o seu castelo. Cabe-lhe cruzar as estrelas, encontrar Lumas e apanhar Estrelas de Poder suficientes para alcançar Bowser e resgatar a princesa. A personagem Rosalina surge nessa viagem como guia mística, um elemento que perdura na série e ganhou muitos fãs graças à sua aura, mistério e ligação com o cosmos. Na sequela, a mecânica mantém-se: Mario viaja entre mundos estelares numa espaçonave que funciona como base, guiado por um novo aliado que toma o lugar de Rosalina. O enredo nunca foi o ponto forte, embora os livros de Rosalina tragam elementos interessantes, mas o que realmente importa aqui é a jogabilidade, e aí os jogos cumprem com mestria.

O grande trunfo destes Galaxy não está assim no enredo, mas nas galáxias a explorar. Cada mundo oferece um conceito surpreendente: zonas com gravidade invertida; superfícies curvas que desafiam a noção de “baixo” e “cima”; plataformas que rodam sob os pés do jogador… Há momentos em que parece que se vai cair no vazio, mas o jogo vira o cenário de cabeça para baixo, o que permite aterrar no lado “oculto” de um pequeno planeta. Ainda que tudo isto pareça absurdo no papel, o conceito funciona com toda a elegância. A gravidade é manipulada de forma a que o jogador sinta constantemente a sensação de que todo o universo pode ser explorado de formas inesperadas. Essa ousadia faz com que o simples ato de saltar seja uma aventura. Super Mario Galaxy 2 foi visivelmente pensado para elevar a dificuldade e multiplicar os segredos, com a introdução de Yoshi. No geral, ambos os jogos são exemplos do pico criativo que a Nintendo atingiu. Desde o anúncio de Super Mario Galaxy + Super Mario Galaxy 2 que os fãs imaginaram mais do que uma simples conversão para a Nintendo Switch 2. Para sorte de muitos, as melhorias superam as expectativas sem trair o espírito que fez dos dois Super Mario Galaxy clássicos incontornáveis. Ao olhar para esta versão, é visível que a Nintendo quis corrigir a ausência de Galaxy 2 na coletânea 3D All-Stars (lançada por tempo limitado há cinco anos) e alinhar tudo com o potencial da nova consola, oferecendo não só acesso ao segundo jogo mas ainda todo um aprimoramento visual e funcional que justifica revisitar as estrelas.

A diferença a nível do desempenho e das características técnicas é um dos argumentos mais fortes: os jogos correm em 4K na Nintendo Switch 2, enquanto Galaxy em 3D All-Stars se encontrava limitado a Full HD. Essa melhoria traz uma nitidez extra às superfícies curvas dos planetas, às colunas de rocha, e aos pormenores mais próximos do jogador. No ecrã da Switch 2 a 1080p, o salto não é tão significativo, mas nota-se uma redução percetível das concessões que o original para Wii teve de realizar. A interface e os menus foram revistos. Agora o menu de seleção de mundos, os HUDs e as opções de acessibilidade são mais suaves, notam-se menos atrasos entre ecrãs, e as transições são mais rápidas. Isso facilita especialmente quando queremos alternar entre fases ou retomar um jogo rapidamente. Foi ainda introduzido um novo modo opcional, denominado Assist Mode, que torna a experiência mais acessível. Este modo duplica a barra de vida de Mario e se o jogador cair num buraco negro, o jogo leva-o de volta à última plataforma segura de forma automática. O Assist Mode pode ser ativado e desativado a qualquer momento, e ajuda bastante a tornar a experiência menos frustrante nos momentos em que se é empurrado para o vazio depois de um contacto físico com um inimigo.
Outro elemento menos evidente para quem joga sozinho é o Co-Star Mode, que permite a um segundo jogador participar na ação, controlando um cursor no ecrã para lançar Star Bits, recolher moedas que restauram vida a Mario, travar inimigos ou até ajudar Mario a saltar mais alto com um Super Jump. Na versão para Switch 2 existe ainda a opção de utilizar o Joy-Con 2 como um rato, substituindo os controlos por movimento, uma boa forma de tornar o jogo mais acessível e divertido para os jogadores mais jovens. A componente sonora mantém-se imponente e fiel ao que sempre foi, honrando o legado orquestral de ambas as aventuras. As orquestras apresentam uma sonoridade grandiosa, os temas que recordamos despertam todo o tipo de emoções, e os efeitos sonoros dos saltos, recolhas de estrelas e transformações continuam vigorosos.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Dois dos melhores jogos de sempre
- Atualização visual de qualidade muito alta
- Banda sonora magistral
- Controlos por rato na versão Nintendo Switch 2
Pontos negativos
- Controlos por movimento sem a eficácia dos originais
- Poderia incluir mais conteúdo adicional

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.

