Metal Slug Tactics – Análise
Metal Slug Tactics representa um ponto de viragem nesta série de ação que esteve sempre em grande destaque nas salas de arcada durante os anos noventa. Colocando de lado a ação frenética “run n’ gun” dos seus antecessores, a jogabilidade em Tactics decorre por turnos e requer principalmente uma abordagem estratégica para superar os obstáculos apresentados ao jogador.

A campanha está estruturada à volta da conquista de territórios. Esta encontra-se repartida em pequenas missões, culminando num confronto grandioso que determina o controlo daquela região. Para tal, é preciso concluir missões que incluem eliminar um determinado número de inimigos ou resgatar reféns num determinado número de turnos. Dada a forma como cada cenário está construído, o jogador tem de os completar num curto espaço de tempo, refletindo o ritmo de ação acelerado típico da série.
De acordo com o objetivo para cada missão, escolhem-se três personagens cujas capacidades se adequem ao que vamos fazer. Cada personagem possui uma arma principal e uma arma secundária, ambas com restrições e usos diferentes consoante os inimigos a enfrentar. As habilidades únicas, conhecidas como “Adrenaline Abilities”, compõem o resto do arsenal de cada soldado. Estas habilidades são poderosas o suficiente para fazer uma viragem completa numa situação mais desfavorável em que o jogador se encontre. No entanto, apenas podem ser utilizadas em momentos específicos de acordo com a prestação dessa personagem no campo de batalha, pelo que a sua gestão é uma das chaves para vencer cada missão.

Independentemente das capacidades de cada personagem não existe substituto para o trabalho de equipa que se materializa na mecânica de jogo conhecida como “Synchronization”. Tal como o nome indica, esta mecânica consiste na sincronização de ações entre as personagens no campo de batalha consoante a ação que a despoleta. Dependendo das capacidades únicas de cada personagem e do seu armamento, é possível executar combinações progressivamente mais complexas, resultando em consequências devastadoras para os inimigos. Por outro lado, o seu mau planeamento pode colocar o jogador numa posição frágil relativamente à posição de tropas inimigas, levando a fatalidades que poderiam ser evitadas.
De forma surpreendente, a progressão em Tactics está estruturada de forma semelhante a um “roguelike” típico, pelo que a repetição da mesma missão múltiplas vezes é uma vertente inevitável da experiência. Não é de todo um jogo fácil, requerendo muitas vezes do jogador alguma paciência e experimentação no que toca à melhor combinação de personagens para cada missão e na sua abordagem às mesmas. Falhar uma e outra vez não é uma perda de tempo, sendo sempre possível aprimorar habilidades e obter novo equipamento com o objetivo de alcançar um resultado melhor na sessão seguinte.
Já no departamento audiovisual Tactics não é uma produção consistente. O jogo é prejudicado por problemas relacionados com a sua interface e a legibilidade dos textos, enquanto alguns dos menus são confusos e muitos dos ícones não representam corretamente as escolhas que queremos fazer. Por outro lado, os “sprites” representativos das personagens, cenários e armamento são todos sublimes e as animações mantêm o humor caraterístico a que a série já nos habituou. A prestação do jogo é competente, verificando-se apenas pequenas quebras na fluidez quando jogamos no ecrã da Switch, dependendo da intensidade da ação.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Ritmo de jogabilidade bem implementado
- Progressão complexa e variada
- Desafiante de início ao fim
Pontos negativos
- Inconsistências visuais na interface
- Quebras de fluidez no ecrã da Switch

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.