Fashion Dreamer – Análise

Não seria estranho ver Fashion Dreamer como uma sequela espiritual da série de culto Style Boutique se olharmos para o nome, apresentação e temática. Esta não seria, no entanto, uma comparação justa, dado que a experiência aqui proposta não é de todo tão envolvente e divertida como a apresentada naqueles jogos.

A experiência inicia-se com a criação de um avatar num mundo virtual conhecido como Eve, onde o jogador desempenha o papel de um “influencer” de moda encarregado de criar conjuntos de roupa para personagens não-jogáveis ou para outros jogadores na experiência “online”. Estes conjuntos têm de ser criados com alguns critérios em consideração, tais como a cor central ou se incluem ou não alguma peça de roupa específica. Após a sua criação, os conjuntos são avaliados com uma pontuação até três estrelas, onde a primeira é sempre atribuída de forma automática e as outras duas com base no quão adequado é o conjunto relativamente aos desejos da personagem, e também se corresponde às tendências atuais.

Infelizmente e para perda de qualquer tipo de competitividade que Fashion Dreamer poderia ter implementado, este sistema não acarreta quaisquer consequências, visto que a resposta de cada personagem é sempre positiva, independentemente da pontuação obtida. O jogador acaba sempre por ser recompensado com peças de roupa novas, ou com uma das moedas que podem ser utilizadas no jogo, o que torna a progressão extremamente aborrecida e com pouco sentido. E por falar em moedas, Fashion Dreamer apresenta uma quantidade absurda de moedas diferentes, cada uma com um propósito específico no que toca ao tipo de artigos que elas podem adquirir. Decorações, acessórios e uma panóplia de atividades requerem moedas específicas que servem para continuar a criar fatiotas num ciclo constante de tédio, visto que as tarefas nucleares do jogo nunca se desenvolvem de forma significativa.

Eventualmente é possível montar a nossa própria boutique, que pode ser decorada a gosto consoante todos os artigos acumulados ao longo da carreira de “influencer”. Inicialmente o jogo consegue ser divertido dado o seu potencial, mas de pouco serve para quebrar a monotonia dada a sua natureza bastante limitada. O leque de interações “online” possíveis com outros jogadores é também muito reduzido, e apenas resulta em mais pontos para gastar em algo que não terá qualquer impacto relevante na experiência geral.

Diogo Caeiro

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.