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Miitopia – Análise

Os Mii foram uma abordagem interessante por parte da Nintendo a um elemento social. O que começou por ser a criação de avatares personalizáveis na consola Wii rapidamente cresceu muito além da sua função inicial. Desde a sua introdução como personagens jogáveis em jogos das séries Mario Kart e Smash Bros., bem como pequenos jogos dedicados no âmbito da função Street Pass da Nintendo 3DS, a quantidade de possibilidades de personalização contribuiu para a popularidade do fenómeno, que acabou por levar a um jogo dedicado em 2013 sob o nome de Tomadachi Life.

Miitopia surgiu três anos depois e explora algumas ideias já explanadas nos minijogos da função Street Pass e em Tomadachi Life, desta vez sob a forma de um RPG por turnos onde o que mais sobressai é a mecânica de personalização das personagens. Além da evidente melhoria visual, esta versão Nintendo Switch adapta de forma consistente para um ecrã uma aventura pensada para dois, alarga as possibilidades de personalização, e ainda adiciona um simpático cavalo ao nosso leque de personagens.

O enredo é muito simples: um vilão conhecido como Dark Lord rouba as faces das nossas personagens e coloca-as em monstros que ameaçam a paz. A nossa missão é derrotar Dark Lord e devolver as faces aos seus respetivos donos. Se o enredo não é mais do que um móbil para a ação, aplicar este conceito aos elementos de personalização dota o jogo de um apelo invulgar que torna cada experiência única e personalizável. Podemos jogar com avatares dos nossos familiares, amigos, juntar todas as personagens das nossas séries preferidas, as possibilidades não terminam. O nosso grupo é composto por quatro personagens e encontram-se também elementos comuns dos RPGs por turnos como um sistema de classes e personalidade individual. Estas têm impacto direto nos ataques, mas também na interação social. Com o decorrer dos combates ganhamos experiência que permite uma melhoria dos atributos das personagens. A interação social surge no formato de atividades banais como ir ao cinema ou partilhar um quarto, que permitem aumentar a ligação entre as personagens, trazendo benefícios no combate.

É possível importar e partilhar os Mii da comunidade, um processo simples que ajuda bastante ao elemento social e que se apresenta como uma solução válida a quem não tenha a paciência necessária para as suas obras individuais. Os minijogos que encontramos ao longo do percurso são simples mas divertidos, e trazem uma mudança agradável de ritmo no jogo. Estes permitem ganhar moeda de jogo para assim podermos investir em equipamento bélico. A opção de batalhas automáticas e o formato de exploração passiva faz deste um jogo bastante acessível a um público menos versado, pecando apenas na falta de tradução para português. Globalmente o nível de desafio é bastante baixo, e apesar da variedade assinalável de elementos de jogo, nunca se torna numa experiência profunda.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
7 10 0 1
Miitopia é um RPG por turnos interessante, muito acessível e onde os seus elementos de personalização permitem criar uma aventura à medida de cada um. Cheio de personalidade e charme, é uma proposta divertida para se jogar a solo ou em família, dando asas à nossa imaginação e assim ver as personagens mais invulgares nos contextos mais insólitos.
Miitopia é um RPG por turnos interessante, muito acessível e onde os seus elementos de personalização permitem criar uma aventura à medida de cada um. Cheio de personalidade e charme, é uma proposta divertida para se jogar a solo ou em família, dando asas à nossa imaginação e assim ver as personagens mais invulgares nos contextos mais insólitos.
7/10
Total Score

Pontos positivos

  • Capacidade de personalização de personagens
  • Possibilidade de importar personagens
  • Mecânicas de combate completas

Pontos negativos

  • Pouco apelativo para jogadores mais versados
  • Sem tradução para português

Sérgio Mota

Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.