AnálisesSwitch

When The Past Was Around – Análise

A melhor forma de descrever When The Past Was Around é que se trata de um jogo reconfortante, uma experiência maioritariamente baseada no enredo que utiliza a (pouca) componente interativa como veículo para transmitir o que pretende: uma história sobre perda, e como lidar com ela. O jogador encarna o papel de Eda, a heroína desta história com uma paixão enorme por música, particularmente pelo violino. Colocados inicialmente num quarto com uma forma humana coberta de sombras, rapidamente discernimos que essa figura é a cara metade à qual a temática do jogo se refere. Durante duas horas navegamos por momentos diferentes do passado de Eda, cada um deles incidindo ou sobre um momento da relação com aquela personagem desconhecida, ou sobre um evento anterior ou posterior à dita cuja.

Cada uma das recordações que visitamos encontra-se sob a forma de uma “escape room” onde temos de resolver um conjunto de “puzzles” bastante simples até podermos fugir para a recordação seguinte. Todos eles bastante simples na sua génese, não ao ponto de serem demasiado aborrecidos, com destaque para os que incorporam aspetos musicais na resolução, tornando-os assim mais divertidos ao mesmo tempo que acentuam a importância do som neste jogo. Apesar de tudo, a atenção ao pormenor de cada secção foi levada a sério, cada uma com o seu próprio significado, apresentação e interatividade.

Simplicidade foi mesmo a palavra de ordem, e isso reflete-se no enredo e na narrativa. Não existe qualquer diálogo ao longo desta jornada, apoiando-se em sequências cinemáticas nas quais a música (novamente) desempenha um papel fulcral na transmissão das emoções de Eda ao jogador. Mas não só, pois é vísivel o nível de atenção dado ao ambiente visual, desde uma palete de cores outonal à interface minimalista, estas culminam numa experiência audiovisual pouco comum num jogo. O maior feito conseguido por When The Past Was Around é revelado ao examinar a dualidade refletida pelo enredo. Partindo de um conceito descomplicado, deixa a interpretação da sua importância e impacto ao modo como o jogador encara a vida. A “aventura” de Eda tanto pode ser uma de transtorno como uma de esperança, e essa é uma conclusão não só importante de alcançar como também deve ser alvo de reflexão. Poderia ter sido feito um jogo melhor que englobasse todo este processo, mas o facto de o ter conseguido desta forma é, de certa maneira, louvável por si só.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
7 10 0 1
When The Past Was Around é um jogo a vivenciar por quem procura um grande foco no enredo. A simplicidade dos "puzzles" ou a duração da sua aventura não são o suficiente para abalar esta bela jornada.
When The Past Was Around é um jogo a vivenciar por quem procura um grande foco no enredo. A simplicidade dos "puzzles" ou a duração da sua aventura não são o suficiente para abalar esta bela jornada.
7/10
Total Score

Pontos positivos

  • Visualmente fantástico
  • Enredo cativante
  • Uso criativo da componente sonora

Pontos negativos

  • Desafio reduzido
  • Duração curta

Diogo Caeiro

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.