Atelier Ryza: Ever Darkness & the Secret Hideout DX – Análise
A chegada de Atelier Ryza: Ever Darkness & the Secret Hideout DX à Nintendo Switch 2 traz de volta o início da trilogia que redefiniu a série Atelier, agora adaptado ao novo hardware. Para quem nunca se aventurou por este universo, Ryza é uma jovem que procura algo mais do que a rotina tranquila da sua ilha natal. A curiosidade leva-a, com os seus amigos, a cruzar caminho com um alquimista viajante, despertando o primeiro passo de uma jornada marcada pelo crescimento pessoal e pela descoberta de um talento inesperado para a alquimia.

O enredo mantém o ritmo descontraído que se tornou imagem de marca da trilogia. Não há pressas nem urgências épicas: tudo se centra na evolução das personagens, no reforço da amizade e na sensação de que cada pequena conquista conta. Ryza é uma protagonista acessível e cativante, tal como os seus companheiros, o que facilita a ligação ao grupo. A história não tenta surpreender com grandes reviravoltas, mas funciona porque respeita o tom ligeiro que define a série: acompanha-se porque é confortável, não porque é arrebatadora.

A alquimia continua a estar no centro da experiência. O sistema de síntese apresenta-se aqui num dos seus formatos mais intuitivos, fácil de perceber para quem joga pela primeira vez, mas suficientemente profundo para recompensar os mais dedicados. Apanhar materiais, regressar ao esconderijo secreto e testar combinações torna-se rapidamente num ciclo natural e viciante. Criar itens melhores para depois os usar em combate dá sentido ao nosso avanço, e é um dos pontos que distingue a série Atelier de outros JRPG. A exploração complementa este ritmo: pequenas zonas interligadas, cheias de recursos e criaturas, incentivam o jogador a fazer visitas frequentes enquanto se desbloqueiam novas ferramentas para aceder a espaços antes inacessíveis. O combate mantém a abordagem híbrida que já conhecemos, misturando o uso de turnos com ação em tempo real. É acessível, rápido e ganha interesse quando os itens criados entram em ação, permitindo abordagens diferentes consoante a preparação feita no ateliê. Não é o sistema mais profundo da série, e no início pode parecer demasiado simples, mas funciona bem no contexto do jogo, e nunca quebra o seu tom descontraído.
Esta edição DX na Switch 2 apresenta-se numa versão mais estável e limpa do jogo. A imagem é mais nítida, o desempenho continua consistente, e os tempos de carregamento são mais curtos, o que é bastante benéfico para um jogo feito a pensar em ciclos curtos de exploração e criação. Não há transformações radicais, mas há um limar de arestas que torna tudo mais agradável. A edição DX inclui todo o conteúdo adicional lançado anteriormente, juntamente com pequenas novidades narrativas e duas personagens adicionais. São acrescentos curiosos, mas limitados, úteis para quem tem interesse em ver tudo, ainda que estejam longe de serem determinantes para quem jogou a versão original. A maior limitação desta edição está precisamente na ambição contida das novidades. Além do melhor desempenho, pouco há que justifique o interesse para jogadores veteranos, sobretudo porque o conteúdo extra não muda o rumo da aventura. Ainda assim, para quem chega agora, esta é claramente a forma ideal de começar a trilogia de Ryza, seja pela acessibilidade, seja pelo conforto da Nintendo Switch 2.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Sistema de alquimia envolvente e com profundidade
- Ambiente descontraído e personagens carismáticas
- Inclui todo o conteúdo extra e algumas adições inéditas
Pontos negativos
- Novidades DX pouco relevantes para os conhecedores
- Ritmo lento pouco motivanete para quem gosta de ação épica

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.

