AnálisesSwitch

Citizen Sleeper – Análise

Apesar de os RPGs inspirados em jogos de tabuleiro serem uma presença frequente entre os jogos para PC, são muito mais raros nos catálogos das consolas. Felizmente esta tendência começa a inverter-se, e encontramos mais produções dentro do género pensadas também para as consolas. Citizen Sleeper é um bom exemplo, e trata-se de uma aventura de ficção científica que também encontrou o seu lugar na Nintendo Switch.

Vamos desempenhar o papel de um Sleeper, um organismo cibernético resultante da clonagem de um ser humano que mantém os seus pensamentos e emoções no seu novo corpo. Uma sequência de eventos leva à sua fuga de um futuro de escravidão ao serviço de um conglomerado gigantesco, e a nossa personagem aterra numa estação espacial recôndita conhecida como Erlin’s Eye. O enredo desenrola-se nesta estação, que conta com personagens para conhecermos, lugares por descobrir e explorar, e imensas atividades e histórias secundárias, uma imagem de marca deste género de jogos.

A ação decorre exclusivamente através da interação com as caixas de diálogo e com os menus, e encontra-se repartida em dias que por sua vez se dividem em ciclos. Em cada ciclo é possível realizar atividades diferentes que dependem do resultado ao lançarmos os dados, imagem de marca de jogos de tabuleiro. Quanto mais alto for o número, mais abundantes são as opções do jogador e com maior probabilidade de sucesso, enquanto valores mais baixos levam a menos opções e a uma probabilidade de sucesso mais reduzida. Note-se que se não conseguirmos realizar uma ação isso não implica que o avanço do jogo pare completamente, apenas que o desfecho será diferente do previsto.

As consequências são variadas mas normalmente refletem-se nos pontos de habilidades que obtemos consoante o nosso sucesso e na quantidade de recursos, adquiridos ou despendidos. Dado que cada ação também depende das capacidades correntes da personagem e de elementos como o dinheiro, muitas das decisões em Citizen Sleeper têm também estes fatores em conta, e muitas vezes são até mais importantes do que o lançamento dos dados. Escolher uma atividade que apenas se encontra disponível num determinado momento pode ter consequências inesperadas, e é importante fazer esta gestão de forma a retirar o máximo que a aventura tem para oferecer. No entanto, é importante frisar que apesar da multitude de histórias diferentes contidas na aventura, Citizen Sleeper é um jogo bastante curto, e os finais que apresenta não são particularmente distintos entre si. É um jogo que prioriza a jornada em prol de um desfecho conclusivo e bombástico, pelo que há pouco incentivo a voltar a pegar nele se já conhecemos as suas mecânicas e os seus rumos.

O jogo é visuamente apelativo e apresenta uma direção artística que remete para um futuro distópico, com uma interface minimalista e retratos de personagens a duas dimensões em cenários compostos por elementos tridimensionais. A banda sonora é composta por faixas de música eletrónica, particularmente “synthwave”, que transmitem um sentimento de desolação e intriga e que se enquadram perfeitamente no ambiente do jogo. O desempenho é competente, mas não utiliza as capacidades do ecrã tátil da Switch, e a navegação entre menus com o comando não foi implementada da melhor forma, o que leva a alguns (poucos, felizmente) momentos mais frustrantes.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
7 10 0 1
Citizen Sleeper é um jogo mais que capaz de cativar todos os fãs de jogos de tabuleiro, graças ao seu enredo envolvente acompanhado de um ambiente pesado. Por outro lado, não se consegue diferenciar pela jogabilidade e mecânicas, o que o torna pouco chamativo a um público que ainda não conhece aventuras deste género.
Citizen Sleeper é um jogo mais que capaz de cativar todos os fãs de jogos de tabuleiro, graças ao seu enredo envolvente acompanhado de um ambiente pesado. Por outro lado, não se consegue diferenciar pela jogabilidade e mecânicas, o que o torna pouco chamativo a um público que ainda não conhece aventuras deste género.
7/10
Total Score

Pontos positivos

  • Visualmente apelativo
  • Ambiente imersivo
  • Banda sonora

Pontos negativos

  • Bastante curto
  • Controlos por vezes frustrantes

Diogo Caeiro

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.