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Gamescom 2023 – The Murder Hotel

Histórias de crime – normalmente homicídios – em circunstâncias inusitadas sempre deram bons enredos, a literatura e o cinema que o digam. The Murder Hotel, do estúdio alemão Wegenbartho Games, pega nesse princípio, mais concretamente num homicídio que decorreu num hotel isolado devido a uma tempestade, mas acrescenta-lhe uma dimensão adicional: em The Murder Hotel não vamos encontrar o culpado de um crime, uma vez que já sabemos quem o cometeu – um demónio que fala com e intimida a nossa personagem de forma telepática. Vamos antes tentar saber o máximo possível para podermos culpar outra personagem de forma credível quando formos a julgamento no tribunal dos demónios. O objetivo pode ser diferente do habitual, mas a jogabilidade é semelhante e implica percorrer o lugar, reunir pistas, e sobretudo, interrogar todas as pessoas que se encontravam no edifício à hora do crime através de um sistema de construção frásica que permite centenas de combinações diferentes e onde se incluem não só substantivos diferentes como pronomes interrogativos, tempos verbais e podemos selecionar se pretendemos formular as nossas perguntas na voz ativa ou voz passiva.

O jogo indica-nos quantas pistas são necessárias embora também seja possível ir diretamente a julgamento com as informações que temos e acusar uma das personagens inocentes da forma mais convincente possível. The Murder Hotel encontra-se ainda num estado bastante inicial do seu desenvolvimento. A sua data de lançamento ainda não é conhecida mas só chega ao público durante o ano de 2024, e o caso disponível na Gamescom 2023 não estará presente na versão final, mas trata-se de uma ideia cativante e bastante estimulante que tem todo o aspeto de estar no bom caminho para ser um jogo digno de destaque. Devido à quantidade de texto e ao sistema de interrogatório que implica construções frásicas mais complexas, será sem dúvida necessário investir na tradução do jogo para outros idiomas além do inglês e do alemão.

Foto: Wegenbartho Games

João Dias

Apreciador de jogos de outras épocas, não diz que não a uma boa obra dos nossos tempos. Diz-se que é por ele que passam os textos antes da publicação, o que significa que é uma espécie de boss final da escrita para os outros membros da equipa.