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Never Alone: Arctic Collection – Análise

Quase sete anos depois da estreia na Wii U, Never Alone regressa às plataformas Nintendo com esta Arctic Collection para a Nintendo Switch, oferecendo num único conjunto o jogo original e o conteúdo descarregável FoxTales. É uma nova oportunidade para experimentar uma obra que vai além da habitual função de nos divertir. Never Alone é estruturalmente um jogo de plataformas com alguns elementos de quebra-cabeças, mas é sobretudo uma experiência de sobrevivência com fortes influências culturais, e funciona como uma obra que homenageia um povo nativo do Alasca, os Iñupiat.

Ao longo de cerca de quatro a cinco horas de aventura vamos acompanhar o percurso de Nuna e de uma raposa em busca da origem de um nevão eterno que ameaça a sobrevivência do seu mundo. Never Alone acaba no entanto por ser mais profundo do que a sua premissa sugere e retrata a história de um povo, os Iñupiat, que tenta sobreviver face às condições climáticas e desenvolve fortes laços comunitários ao mesmo tempo que mantém um enorme respeito pelo ecossistema. A ligação aos Iñupiat é aprofundada com segmentos documentais de enorme interesse ao longo de cerca de trinta minutos de vídeos que contam eventos de diferentes gerações, explicando hábitos de vida, objetos e tradições.

Não esquecer no entanto que Never Alone é primeiramente um videojogo. Comandam-se duas personagens (ou pode-se convidar um amigo para controlar uma delas). Nuna, a menina Iñupiat, inicia a aventura sozinha mas rapidamente encontra uma raposa muito especial. Estas duas personagens acabam por se complementar e criar as mecânicas da jogabilidade. Nuna e a raposa colaboram em busca do seu objetivo: Nuna consegue transportar caixas ou outros objetos, enquanto a raposa é mais ágil e ainda pode controlar espíritos. Com a ação a decorrer no Alasca, as condições climáticas têm um papel bastante relevante. Assim sendo, há que saber evitar os ventos mais agrestes. No geral, há vários obstáculos para ultrapassar e “puzzles” para resolver mas a grande maioria prima pela simplicidade. A dificuldade que se pode encontrar em Never Alone está mais relacionada com a falta de precisão na jogabilidade, nomeadamente a física, que está longe de ser perfeita e que leva a alguns momentos frustrantes que poderiam ser perfeitamente evitáveis.

Se é verdade que a realização gráfica não é a mais impressionante, a direção artística é perfeita para o propósito de Never Alone e ganha uma nova vida no ecrã OLED da nova Nintendo Switch. Os cenários são despidos mas capazes de oferecer a sensação pretendida de uma região inóspita, além que toda a recriação da cultura Iñupiat é feita de forma sublime. Never Alone encontra-se ainda traduzido para português do Brasil.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
6 10 0 1
O grande trunfo desta proposta é a forma como homenageia uma cultura e respeita o seu legado de forma magnífica. Como videojogo, mesmo com a adição do DLC, Never Alone: Arctic Collection é curto, insípido e mediano, e apresenta mecânicas datadas.
O grande trunfo desta proposta é a forma como homenageia uma cultura e respeita o seu legado de forma magnífica. Como videojogo, mesmo com a adição do DLC, Never Alone: Arctic Collection é curto, insípido e mediano, e apresenta mecânicas datadas.
6/10
Total Score

Pontos positivos

  • Bela homenagem ao povo Iñupiat
  • Culturalmente enriquecedor

Pontos negativos

  • Falta de precisão na jogabilidade
  • Mecânicas datadas

Nuno Nêveda

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.