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Red Dead Redemption: Nintendo Switch 2 Edition – Análise

Red Dead Redemption: Nintendo Switch 2 Edition chega à nova consola da Nintendo como uma segunda oportunidade de fazer jus a um clássico que marcou a geração PS3/Xbox 360. Depois de uma passagem competente mas limitada pela Nintendo Switch original, esta edição assume-se como a definitiva para se jogar em formato portátil, trazendo de volta a jornada de John Marston com a fluidez e clareza visual que o jogo sempre mereceu. Continua a ser a mesma história de um fora-da-lei em fim de linha, obrigado a caçar o seu próprio passado para proteger a família e num Velho Oeste em declínio, onde comboios, telégrafos e governos pressionam os últimos resquícios da vida de pistoleiro.

Passados mais de dez anos, o enredo principal de Red Dead Redemption continua a aguentar-se sem esforço. Marston é uma das personagens mais humanas que a Rockstar já escreveu, e as suas relações com a família, antigos companheiros e figuras que encontra pelo caminho dão peso às longas cavalgadas e aos diálogos demorados. É um jogo que não tem medo de andar devagar com muitas missões que estão lá sobretudo para construir ambiente e carácter, enquanto o impacto da reta final continua forte, mesmo para quem já conhece os acontecimentos. Nem tudo envelheceu na perfeição, há missões rígidas em que um pequeno erro obriga a repetir tudo, e a inteligência artificial dos inimigos denuncia a idade, mas no seu conjunto, a campanha principal continua a ser um dos grandes argumentos desta edição.

A nível de jogabilidade, pouco mudou em relação à base conhecida. Os tiroteios na terceira pessoa, apoiados num sistema de cobertura simples e no inevitável “Dead Eye” para abrandar o tempo e marcar alvos, continuam imediatos e muito satisfatórios. O cavalo continua a ser a nossa segunda pele, seja a cruzar desertos ou a subir trilhos de montanha, e as atividades secundárias que se encontram pelo mapa (caça, póquer, duelos, desafios de exploração, encontros aleatórios) ainda hoje contribuem para a sensação de um mundo vivo em vez de uma simples lista de pontos a seguir. Quem aceitar o ritmo mais pausado e o foco na encenação do Oeste em vez da ação constante encontra aqui um jogo que nos recompensa a atenção e disponibilidade.

É na sua componente técnica que Red Dead Redemption: Nintendo Switch 2 Edition se distingue verdadeiramente das versões anteriores em consolas Nintendo. A grande diferença está no salto de fluidez e nitidez. Num ecrã de televisão, o jogo corre com uma resolução e fluidez muito superiores, esta última encontra-se próxima dos 60 fotogramas por segundo na maioria das situações. No ecrã da consola, a imagem é igualmente limpa e o desempenho é consistente, sem as quebras e borrões ocasionais que marcaram a edição para a Switch original. As texturas e modelos continuam a denunciar um jogo de 2010, não há milagres aqui, mas o aumento da resolução e a fluidez mais apurada dão uma nova vida às planícies, às pequenas povoações e aos céus do Oeste. Os efeitos de luz e a paleta de cores beneficiam do “hardware” moderno, e momentos icónicos como a travessia para o México ganham um impacto extra com a apresentação mais cuidada.

O pacote em si é generoso. Esta edição inclui a campanha base e também Undead Nightmare, além dos conteúdos adicionais que antes tinham de ser adquiridos separadamente em versões especiais. Ter tudo acessível de raiz, sem DLCs à parte, ajuda a justificar um novo olhar para quem chega aqui vindo do jogo original. Em contrapartida, continua a não haver qualquer tipo de componente multijogador, nem Red Dead Online, nem os modos competitivos da altura. Para muitos, isso não será problemático, a campanha a solo é o ponto mais importante, mas não deixa de ser uma ausência sentida numa edição que, de resto, se quer definitiva. Também não há novidades de conteúdo em termos de missões inéditas ou ajustes profundos à estrutura, trata-se claramente de uma melhoria técnica e de conveniência, não de uma reimaginação.

Quando jogado em formato portátil, a proposta ganha outro peso. Ter um mundo aberto desta escala e densidade a correr de forma fluida no ecrã da Nintendo Switch 2 é por si só um argumento forte. As viagens rápidas, os acampamentos, e a forma como o jogo permite repartir a experiência em blocos tornam-no surpreendentemente adequado a sessões curtas, mesmo sendo um jogo pensado para maratonas no sofá. Para quem nunca jogou Red Dead Redemption, esta edição oferece provavelmente o melhor equilíbrio entre conforto, desempenho e conteúdo; para quem já o conhece de outras plataformas, a decisão passa por perceber quanto valor dá a uma experiência portátil e às melhorias técnicas aqui presentes.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
9 10 0 1
A componente narrativa mantém a sua força, o mundo aberto continua a ser um dos mais bem construídos num jogo do género, e o salto em fluidez e qualidade de imagem torna a experiência mais agradável e menos frustrante do que em versões anteriores. Fica a faltar um esforço maior em termos de novidades e a ausência total de multijogador continua a pesar, mas na globalidade, esta é a forma mais recomendada de jogar ou de revisitar a história de John Marston numa consola Nintendo.
A componente narrativa mantém a sua força, o mundo aberto continua a ser um dos mais bem construídos num jogo do género, e o salto em fluidez e qualidade de imagem torna a experiência mais agradável e menos frustrante do que em versões anteriores. Fica a faltar um esforço maior em termos de novidades e a ausência total de multijogador continua a pesar, mas na globalidade, esta é a forma mais recomendada de jogar ou de revisitar a história de John Marston numa consola Nintendo.
9/10
Total Score

Pontos positivos

  • Enredo e personagens que continuam a destacar-se, mesmo tantos anos depois
  • Mundo aberto rico em atividades e ambiente
  • Inclui Undead Nightmare e restantes conteúdos adicionais num único pacote
  • Melhoria clara na fluidez e qualidade de imagem face à versão da Nintendo Switch

Pontos negativos

  • Falta de novidades de conteúdo para além do salto técnico
  • Alguns elementos denunciam a idade do jogo
  • Ausência total de multijogador

Nuno Nêveda

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.

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