Atelier Ryza 2: Lost Legends & the Secret Fairy DX – Análise
Atelier Ryza 2: Lost Legends & the Secret Fairy DX chega à Nintendo Switch 2 como a versão mais completa e confortável de se jogar desta aventura, pensada tanto para quem se estreia como para quem já acompanhou Ryza na Switch. Continua a ser a mesma sequela direta que já conhecemos: três anos depois dos acontecimentos do primeiro jogo, Ryza deixa a ilha para responder ao apelo da capital e debruçar-se sobre o mistério das ruínas antigas, reencontrando amigos e conhecendo novas caras, entre elas a pequena Fi, que acaba por roubar grande parte do foco narrativo. O essencial continua presente: um RPG ligeiro, centrado na alquimia, na exploração, e no crescimento da protagonista, agora embrulhado num pacote técnico mais moderno e competente.

Nesta nova versão não há mudanças estruturais profundas. A base continua a ser a mistura que funcionou tão bem no original: mapas mais amplos e verticais, onde Ryza pode saltar, nadar, escalar, e até usar cordas para chegar a zonas secretas, um sistema de combate em tempo real com comandos por turnos que incentiva a encadear habilidades e a usar itens de forma inteligente, e uma alquimia acessível à superfície, mas bastante profunda para quem quiser gastar tempo a otimizar receitas. A grande diferença aqui é a forma como tudo corre na Nintendo Switch 2. Os espaços que antes denunciavam ohardware anterior, com perdas visíveis na fluidez ou texturas desfocadas no ecrã da Switch, encontram-se agora bem mais estáveis. A imagem é mais limpa, os contornos das personagens e cenários estão mais definidos, tanto no ecrã da consola como na televisão, e a fluidez aguenta-se com firmeza, mesmo em combates mais caóticos ou espaços com muitos elementos no ecrã.

Os tempos de carregamento são outro ponto onde esta versão DX na Switch 2 se destaca. Entrar no jogo, mudar de área, viajar rapidamente para outro ponto, ou regressar ao ateliê depois de uma sessão de recolha deixa de ser um exercício de paciência. As transições não são instantâneas, mas são suficientemente rápidas para que o ritmo natural de ‘sair para explorar, voltar para sintetizar, repetir’ possa fluir de forma muito mais simpática. Num jogo que vive desse ciclo, o simples facto de não passarmos metade do tempo a olhar para ecrãs de carregamento faz uma grande diferença na experiência quotidiana. Enquanto edição DX, este Atelier Ryza 2 traz também uma vantagem em termos de conteúdo. Todo o material adicional lançado ao longo da vida do jogo encontra-se incluído de raiz: fatos extra, pequenos bónus de itens, desafios adicionais e conteúdos cosméticos deixam de vir em pacotes separados. Há ainda alguns ajustes de qualidade de vida, como menus ligeiramente mais arrumados, limites de inventário menos restritivos, e pequenas facilidades que tornam a gestão de materiais e receitas menos pesada. Não estamos perante grandes mudanças no enredo ou sistemas inteiramente novos, mas é a forma mais prática de ter tudo numa só entrega.

Claro que, por baixo do verniz, continuam presentes os mesmos pontos fortes e fracos do original. A exploração e o combate estão num patamar claramente mais interessante do que no primeiro Atelier Ryza, com mapas mais bem pensados e encontros mais dinâmicos, e a sensação de descoberta continua forte graças às ruínas e aos diários que vamos reconstruindo. Em contrapartida, o enredo principal perde um pouco do foco nas relações dentro do grupo e no crescimento de cada personagem, já que centra demasiada atenção em Fi e no mistério que a circunda. Quem foi cativado pelo primeiro jogo, sobretudo pela evolução do elenco, pode sentir aqui menos impacto emocional, mesmo que o enredo nunca deixe de ser interessante de seguir.
Para quem jogou a versão original na primeira Nintendo Switch, a pergunta inevitável é se vale a pena voltar a investir. A resposta depende do grau de apego ao jogo. As melhorias técnicas e a conveniência de ter todos os extras não chegam para que esta versão DX seja imprescindível. Mas quem tiver gostado o suficiente para considerar uma nova visita encontra aqui, indiscutivelmente, uma forma mais fluida, mais limpa e com menos perturbações para regressar à aventura, especialmente quando jogado no ecrã da Switch 2. Para novos jogadores com uma Switch 2, a escolha é simples: esta é a versão que faz sentido considerar, até porque é difícil voltar atrás depois de nos habituarmos à estabilidade e aos tempos de carregamento mais curtos.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Excelente exploração, combate e sistema de alquimia do original
- Inclui todo o conteúdo adicional
- Melhor desempenho na Switch 2, com imagem mais nítida e fluidez estável
Pontos negativos
- Continua limitado a 30 fps
- Problemas de ritmo e foco do enredo continuam
- Poucas novidades de fundo para quem conhece o original

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.

