Overcooked! 2 – Nintendo Switch 2 Edition – Análise
Overcooked! 2 chega à Nintendo Switch 2 numa edição que não pretende reinventar a receita, mas sim servi-la com melhor apresentação. Para quem nunca experimentou a série, a premissa é simples: cozinhar pratos num tempo limitado e em cozinhas que desafiam qualquer lógica. Cortar ingredientes, preparar pedidos, lavar pratos e entregar refeições parece fácil, mas rapidamente o jogo troca o chão, move plataformas, provoca incêndios ou separa a equipa por um tapete rolante que insiste em enviar os ingredientes para o lado errado. É um caos calculado que depende tanto da comunicação como da rapidez de execução.

A jogabilidade segue uma curva de aprendizagem suave mas que rapidamente mostra os dentes. Os primeiros níveis servem para ensinar as bases; pouco depois, torna-se evidente que a comunicação e o improviso são tão importantes como a rapidez. Cada cozinha apresenta uma ideia nova e obriga a equipa a reorganizar-se. Há níveis em carruagens, balões de ar quente, plataformas móveis ou cenários divididos por rios e ravinas. A variedade é grande e embora algumas ideias regressem com pequenas variações, o jogo mantém um ritmo suficientemente dinâmico para nunca se tornar repetitivo nas primeiras horas.
O multijogador é o centro de Overcooked! 2 e o que melhor define o jogo. É no multijogador local que tudo ganha muito mais vida: decisões rápidas, gritos de desespero, estratégias improvisadas e aquele caos que só funciona quando toda a gente está no mesmo sítio. É um jogo criado para obrigar a uma comunicação constante, e falhar uma tarefa porque alguém deixou cair um pepino ou ninguém lavou os pratos costuma levar a gargalhadas tão grandes como as frustrações. O online continua a ser uma alternativa útil, mas não substitui a experiência local. Apesar da presença de salas privadas e ligações rápidas, há momentos em que o atraso nos comandos prejudica o “timing” das ações, e num jogo onde um único segundo pode arruinar um prato, isso basta para quebrar o ritmo. Funciona para jogar com amigos que estão longe, mas falta-lhe a precisão que torna o multijogador local tão especial.

A principal diferença nesta versão está no desempenho. A Nintendo Switch 2 elimina quase todos os soluços que afetavam a edição anterior, e isso muda o ritmo do jogo de forma bem real. Os níveis que antes provocavam quedas de fluidez, sobretudo quando quatro jogadores enchiam o ecrã, correm agora de forma estável. A melhor resolução ajuda também a identificar ingredientes e utensílios rapidamente, reduzindo erros simples que aconteciam por falta de clareza visual. Nos Overcooked, ver bem o que está no balcão é meio caminho andado para evitar o colapso da cozinha.
No que toca ao conteúdo, Overcooked! 2 apresenta uma campanha generosa e uma boa quantidade de níveis adicionais. Os mapas temáticos e as expansões oferecem ideias novas e desafios distintos, o que dá mais vida útil ao jogo e permite que o caos continue a surgir de formas inesperadas. Os “chefs” desbloqueáveis e os modos extra trazem-lhe variedade sem complicar a fórmula. É um jogo que se destaca em sessões curtas e que funciona melhor quando não nos levamos demasiado a sério. Ainda assim, há limitações naturais: a repetição das mesmas tarefas (cortar, cozinhar, lavar, entregar) torna-se evidente em sessões muito longas, e os níveis mais avançados podem ser demasiado exigentes para jogadores que procurem uma experiência mais simples. O jogo não esconde que exige uma coordenação quase perfeita, e isso pode afastar quem só quer uma experiência descontraída.
No essencial, Overcooked! 2 continua a ser uma boa sequela: mais criativa e dinâmica, e mais divertida quando partilhada. A estrutura simples, aliada a níveis imprevisíveis e um humor involuntário constante faz desta uma das experiências cooperativas modernas mais consistentes. Não precisa de reinventar nada porque sabe perfeitamente o que é: um jogo feito para pôr amigos a colaborar e a perder a paciência uns com os outros, mas sempre da melhor forma possível.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Divertido e caótico
- Multijogador local de excelência
- Desempenho muito mais estável e fluido
- Tempos de carregamento curtos
Pontos negativos
- Pico de dificuldade pode afastar jogadores menos investidos
- Repetição mais evidente em sessões longas
- Multijogador online instável

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.

