No Sleep For Kaname Date – From AI: THE SOMNIUM FILES – Análise
Após uma sequela que teve tanto de genial como de estapafúrdio, Kaname Date encontra-se novamente na posição de protagonista nesta terceira entrada da série AI: The Somnium Files. Situada cronologicamente entre o primeiro e segundo jogo, esta nova aventura conta com elementos de jogabilidade totalmente distintos, prometendo ao jogador uma experiência ainda mais bizarra do que a série mostrou até então.
Contrariamente a Nirvana Initiative, que foi feito intencionalmente de forma a apelar a novos jogadores da série, No Sleep For Kaname Date descarta esse objetivo e trata-se de um jogo feito a pensar em quem já conheça o seu universo e personagens. Vários dos seus elementos de jogabilidade e progressão são também retirados diretamente de jogos anteriores, e as explicações sucintas aqui contidas têm esse facto em conta. A aventura inicia-se com uma sequência bizarra de acontecimentos paralelos: enquanto um Kaname Date amnésico está a ser perseguido por uma entidade até então não revelada, Iris Sagan, personalidade viral na internet, foi raptada de forma aparentemente aleatória por um alienígena. Iris será então forçada a participar numa competição de quebra-cabeças denominada “Third Eye Game” na qual será auxiliada por Date enquanto este desvenda o mistério relativo ao seu desaparecimento e a sua inexplicável ausência de memória.

Desde os momentos iniciais que a presença do humor será uma constante ao longo da aventura, não fazendo quaisquer pretensões de refletir o nível de seriedade de jogos anteriores. Tratando-se essencialmente de uma comédia, o enredo encontra-se marcado maioritariamente por momentos humorísticos protagonizados pelo elenco pertencente ao universo da série Somnium Files. Mesmo que bem sucedida no seu objetivo, é uma decisão que inevitavelmente vai desiludir alguns fãs.
Contrariando também a premissa principal de Somnium Files e Nirvana Initiative, a jogabilidade de No Sleep For Kaname Date centra-se na resolução de salas de fuga e não de “somniums”. Os jogadores que conheçam a série Zero Escape vão sentir-se bem ambientados nestas sequências claramente inspiradas por aquela trilogia. Mais ainda, assim que concluídas todos as etapas de cada uma dessas sequências, o jogador é presenteado com um quebra-cabeças final que tem de ser resolvido num tempo limite para que seja possível fugir da sua situação vulnerável. Estes momentos por norma tensos constituem os maiores desafios da aventura, e encontrar a sua solução é divertido do início ao fim.
Por outro lado, os “somniums” existentes são piores em virtualmente todos os aspetos comparativamente aos das aventuras anteriores, excessivamente lineares, pouco imaginativos e sem o impacto esperado no enredo. Em retrospetiva, é óbvio que foram incluídos apenas para colmatar eventuais problemas relacionados com a duração curta do jogo e não como algo que este realmente necessitasse. Esta linearidade reflete-se também no fluxograma relativo à progressão da aventura, onde todas as rotas alternativas foram eliminadas em prol de finais indesejados de cariz cómico. Mesmo que irrelevantes, são todos bastante divertidos de vivenciar.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Quebra-cabeças criativos
- Humor bem conseguido
- Personagens divertidas
Pontos negativos
- Enredo inconsequente
- "Somniums" irrelevantes
- Reutilização excessiva de localizações já conhecidas

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.