AnálisesSwitch 2

Mario Kart World – Análise

Não é todos os dias que se recebe um novo Mario Kart. Aliás, já se esperava há tanto tempo por uma entrada fresca na série que quando Mario Kart World foi finalmente anunciado — com um mundo aberto, novas mecânicas e corridas para vinte e quatro jogadores — a primeira reação foi uma mistura de entusiasmo e desconfiança. É que mexer numa fórmula tão afinada é sempre arriscado, mas a Nintendo arriscou. E o mais surpreendente? A maior parte das apostas resultou.

A primeira coisa que salta à vista é que Mario Kart World continua a ser, acima de tudo, um jogo divertido até à medula. A condução mantém aquele equilíbrio perfeito entre acessível e técnico. Derrapar continua a saber bem, os itens continuam a criar um caos completo, e agora há uns toques novos — como um salto carregado que desbloqueia atalhos verticais — que trazem novidades à jogabilidade sem a complicar. O controlo é competente, a fluidez irrepreensível, e os 60 fotogramas por segundo garantem que independentemente do número de jogadores em pista, tudo se mantém suave como seda.

Depois há a grande estrela do jogo: o tal mundo aberto. Pela primeira vez podemos explorar livremente as regiões do Reino Cogumelo entre corridas. E sim, no início é mágico. Sair do castelo da Peach, seguir estrada fora, apanhar um atalho por uma cascata e descobrir uma nova pista escondida é uma sensação de descoberta rara num jogo de corridas. A mistura entre exploração e competição confere a Mario Kart World uma sensação de escala sem precedentes na série. Há objetos colecionáveis um pouco por todo o lado, pequenas atividades a realizar, moedas azuis raras e desafios de contra-relógio que nos incentivam a experimentar as novas mecânicas. Parece quase um Super Mario Odyssey sobre rodas.

Mas… e há sempre um “mas” quando se tenta reinventar a roda. Ao fim de algumas horas, o mundo livre começa a mostrar que tem mais paisagem do que profundidade. As tarefas opcionais, apesar de simpáticas, não oferecem recompensas verdadeiramente cativantes. E o sistema de desbloqueio de personagens é, para sermos sinceros, uma desilusão. Em vez de se ganhar novos pilotos ao vencer taças ou cumprir objetivos, dependemos de itens aleatórios que podem ou não trazer-nos uma personagem nova. Não é entusiasmante. Pelo contrário, tira aquele sentimento de progressão que muitos fãs valorizam.

Do lado das corridas, o jogo está em grande forma. As vinte e quatro posições na grelha mudam completamente a dinâmica das pistas. É o caos máximo — e isso é ótimo. A IA está mais esperta (ou mais maldosa?), e até quem se julga veterano vai ser apanhado de surpresa por cascos e bombas em sequência. Há mais modos de jogo do que nunca, com destaque para o novo modo Eliminatória, onde vamos sendo eliminados em “checkpoints” até só restarem os melhores. É intenso, divertido e cheio de potencial competitivo. No multijogador, tanto local como “online”, a experiência é exemplar. Quatro jogadores na mesma TV? Impecável. Jogar com amigos “online”? Simples e estável. Até há conversação de voz integrada. A estrutura das partidas “online” é intuitiva, com salas privadas, desafios públicos e estatísticas partilhadas. Um vício irresistível.

Visualmente Mario Kart World é deslumbrante. Cores vibrantes, animações exímias ao pormenor, pistas cheias de vida — é provavelmente o Mario Kart mais bonito de sempre, e uma bela montra das capacidades da Nintendo Switch 2. A banda sonora vai de mãos dadas com o mundo visual: mais de duzentas faixas com arranjos novos e remisturas deliciosas de temas antigos. Há até uma “jukebox” onde se pode ouvir tudo à vontade. É um mimo puro para os ouvidos, do melhor que a Nintendo já nos ofereceu.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
9 10 0 1
No fim de contas, o que fica é que Mario Kart World é um dos melhores jogos de lançamento que a Nintendo já fez. Tem alma, tem conteúdo e tem ideias. Nem todas funcionam na perfeição, o mundo aberto ainda precisa de mais profundidade e o sistema de progressão podia ser melhor, mas quando estamos a fugir de uma carapaça azul enquanto saltamos por cima de lava numa corrida com vinte e três jogadores… isso acaba por ser esquecido. Há raiva, há risos. E mais horas de jogatanas.
No fim de contas, o que fica é que Mario Kart World é um dos melhores jogos de lançamento que a Nintendo já fez. Tem alma, tem conteúdo e tem ideias. Nem todas funcionam na perfeição, o mundo aberto ainda precisa de mais profundidade e o sistema de progressão podia ser melhor, mas quando estamos a fugir de uma carapaça azul enquanto saltamos por cima de lava numa corrida com vinte e três jogadores… isso acaba por ser esquecido. Há raiva, há risos. E mais horas de jogatanas.
9/10
Total Score

Pontos positivos

  • Jogabilidade refinada com novas mecânicas bem-vindas
  • Corridas para 24 jogadores cheias de caos e adrenalina
  • Visualmente deslumbrante e banda sonora de luxo
  • Modo Eliminatória fantástico para competir com amigos
  • Mundo aberto bem concebido...

Pontos negativos

  • ...mas com poucos objetivos recompensadores
  • Sistema de desbloqueio de personagens aleatório

Nuno Nêveda

Calorias, nutrientes e Nintendo. Três palavras que definem o maior fã de F-Zero cá do sítio. Adepto de hábitos alimentares saudáveis, quando não anda atrás de uma balança, costuma estar ocupado com as notícias mais prementes e as análises mais exigentes.

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