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Xenoblade Chronicles X: Definitive Edition – Análise

A série Xenoblade Chronicles tem sido uma presença constante na Nintendo Switch onde encontramos toda a trilogia principal e alguns dos melhores jogos do catálogo da consola. Xenoblade Chronicles X, por sua vez, não é considerado um jogo da linha principal — trata-se de um “spin-off” lançado originalmente para a Wii U, com um universo e enredo independentes dos jogos principais. Embora partilhe a mecânica de jogo e temas como exploração e combate em tempo real, não se insere na história da trilogia. Com a sua chegada à Nintendo Switch, numa versão aprimorada e com a estreia de um novo capítulo, é agora possível jogar toda a série na mesma consola.

Embora seja um jogo com uma década de vida encaixa surpreendentemente bem no panorama contemporâneo, o que só reforça a visão ambiciosa da Monolith Soft. A escala do mundo, o desenho dos cenários, a verticalidade da exploração e o sistema de combate dinâmico continuam a impressionar, mesmo quando comparados com jogos mais recentes. As atualizações gráficas, melhorias de desempenho e pequenos ajustes de interface foram aplicados com critério, respeitando a identidade do jogo original, ao mesmo tempo que tornam a experiência mais fluida e acessível. Com este novo tratamento, o jogo poderia facilmente ser confundido com um lançamento recente, não só pela apresentação visual mas também pela mecânica e profundidade que aqui sobressaem. O enredo não é tão ambicioso nem emocionalmente envolvente como nas entradas principais da série, mas é bem construído e consegue manter o interesse do jogador até ao final. Desta vez, transporta-nos ao ano de 2054. A Terra foi destruída por uma guerra intergaláctica entre duas raças alienígenas, deixando a humanidade à beira da extinção. Um grupo de sobreviventes foge a bordo da nave USS White Whale e aterra de emergência no planeta Mira, um mundo vasto, misterioso e inexplorado. Vamos assumir o papel de um membro da organização BLADE, encarregado de explorar este novo mundo, proteger os colonos e garantir a sobrevivência da espécie humana face a novas ameaças.

A premissa de sobrevivência num planeta desconhecido, aliada ao mistério em torno da humanidade e do novo mundo, é explorada com ritmo e consistência, garantindo uma experiência narrativa competente e satisfatória. A isto adicionamos dezenas de missões secundárias que permitem ganhar afinidade com as personagens e recrutar novos elementos para nossa equipa, algo que os jogadores de longa data vão reconhecer. A banda sonora é magistral e mantém os altos padrões de qualidade a que a série já nos habituou. Com temas que variam entre o épico e o contemplativo, consegue amplificar o impacto emocional dos momentos-chave e dar vida aos vastos ambientes de Mira, o que reforça a identidade única do jogo. O mapa é gigantesco e explorar Mira é uma experiência verdadeiramente fascinante. Cada região apresenta variações de terreno, clima, fauna e flora muito vincadas, criando uma sensação constante de descoberta. A verticalidade, os biomas únicos e a forma como o mundo está interligado tornam a exploração envolvente e recompensadora, com paisagens que surpreendem pela escala e variedade.

A experiência vai atingir um novo patamar com a introdução dos “Skells”, veículos blindados avançados que se tornam disponíveis após a obtenção de uma licença específica. Existem três tipos: Ligeiro, Médio e Pesado, cada um com vantagens distintas em combate e mobilidade. Os “Skells” podem alternar entre modo de combate humanóide, ideal para enfrentar inimigos mais poderosos, e modo de cruzeiro, que facilita a travessia do mapa. Permitem também uma personalização visual e funcional, desde o equipamento ao nome e esquema de cores. Existe ainda um chamado “mission ball” que permite perceber onde temos de nos dirigir, muito semelhante ao que acontece em Xenoblade Chronicles 3, e que nos mostra o caminho a percorrer ate ao próximo objetivo. Embora vá um pouco contra o conceito de exploração é uma melhoria bem-vinda (e opcional), principalmente em objetivos pouco óbvios. As personagens mantêm o estilo visual característico da série, com um aspeto anime estilizado e expressivo. No entanto, podemos também criar a nossa própria personagem e definit o seu aspeto ao pormenor, incluindo traços faciais, penteado, voz e constituição física. Esta liberdade de personalização traz um nível adicional de imersão.

Quanto ao sistema de combate, Xenoblade Chronicles sempre se destacou por reinventar as suas mecânicas em cada jogo, evitando fórmulas estanques. Em X, os combates seguem a base dos ataques automáticos enquanto controlamos a nossa personagem, o que significa que temos de ativar manualmente as habilidades conhecidas como “Arts”. Uma das novidades é a mecânica de “Arrefecimento Rápido”, que permite reutilizar habilidades instantaneamente dentro de um limite por combate. O sistema de combate evolui ao longo do jogo, o que ajuda a quebrar a monotonia e a manter o interesse numa campanha longa e que exige combates frequentes para aumentar o nível das personagens. Embora a dificuldade seja equilibrada. é exigente e foi adicionada uma nova opção que permite reduzir o nível de dificuldade em alguns “bosses” após várias tentativas infrutíferas. Para quem jogou Xenoblade Chronicles X e não esteja motivado a voltar a investir centenas de horas em Mira, a Monolith Soft incluiu um incentivo especial sob a forma de um novo capítulo, à semelhança do que já tinha feito no relançamento da primeira entrada da série. Este novo conteúdo, exclusivo da Definitive Edition para a Nintendo Switch, apresenta-se como um verdadeiro epílogo narrativo, intitulado Capítulo 13. Dividido em três partes distintas, traz mais uma dúzia de horas de jogo, e é uma extensão coesa e bem integrada na experiência, que não só adiciona contexto e resolução a certos elementos da história, como também apresenta novas missões, diálogos desenvolvidos e uma região inédita para explorar. É um epílogo pensado tanto para os veteranos que procuram algo novo como para quem joga pela primeira vez e quer uma conclusão mais robusta e satisfatória.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
9 10 0 1
Xenoblade Chronicles X na sua versão Definitive Edition surge como um verdadeiro resgate de um dos jogos mais ambiciosos da era Wii U, agora mais acessível, apurado e completo. Apesar de ser um "spin-off", continua a ter uma identidade própria e a oferecer uma proposta muito interessante, que justifica plenamente voltar a pegar nele. A inclusão de um novo capítulo serve como um presente valioso para os fãs de longa data e para novos jogadores, encerrando com chave de ouro uma experiência que continua relevante e impressionante em 2025, e permitindo aceder a todos os capítulos da série na mesma consola.
Xenoblade Chronicles X na sua versão Definitive Edition surge como um verdadeiro resgate de um dos jogos mais ambiciosos da era Wii U, agora mais acessível, apurado e completo. Apesar de ser um "spin-off", continua a ter uma identidade própria e a oferecer uma proposta muito interessante, que justifica plenamente voltar a pegar nele. A inclusão de um novo capítulo serve como um presente valioso para os fãs de longa data e para novos jogadores, encerrando com chave de ouro uma experiência que continua relevante e impressionante em 2025, e permitindo aceder a todos os capítulos da série na mesma consola.
9/10
Total Score

Pontos positivos

  • Mundo vasto, coeso e visualmente impressionante
  • Sistema de combate profundo e em evolução constante
  • Banda sonora memorável e atualização visual bem conseguida
  • Novo capítulo rico e de qualidade

Pontos negativos

  • Algumas (poucas) arestas por limar da geração passada

Sérgio Mota

Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.

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