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Trine 5: A Clockwork Conspiracy – Análise

Trine é uma série marcada pelos seus altos e baixos. A sua posição única como uma experiência de aventura cooperativa e plataformas foi sempre apelativa mas nenhum dos jogos mais recentes conseguiu recriar a magia dos dois primeiros títulos da série. A Clockwork Conspiracy destaca-se por ser um passo na direção certa, mesmo não sendo capaz de revigorar a série como seria desejado. A aventura neste quinto capítulo é mais uma vez protagonizada pelo trio de personagens habituais, Amadeus, Zoya e Pontius. Após um convite para uma celebração que acaba por ser uma armadilha, os nossos heróis têm mais uma vez de salvar o reino da tirania de Lady Sunny e do seu exército maléfico de robôs.

Não é um enredo particularmente interessante, visto ser tão previsível, e nota-se bastante a falta de um antagonista com a mesma qualidade dos heróis. De qualquer forma, esta vertente nunca foi o pilar mais importante da série, que se focou sempre no desenho dos níveis, maioritariamente compostos por “puzzles” de dificuldades variadas. Neste aspeto, A Clockwork Conspiracy marca um regresso bem-vindo da série à sua fórmula graças a uma panóplia de quebra-cabeças que vão fazer as delícias dos fãs.

Cada nível apresenta obstáculos diferentes que apenas podem ser ultrapassados fazendo uso do leque vasto de habilidades de cada personagem. Algumas situações requerem a intervenção de mais do que uma personagem, e é possível trocar entre cada uma de forma instantânea. Esta possibilidade abre imensas portas ao tipo de desafios que o jogo oferece, quer pela dificuldade, mas também nas diferentes abordagens existentes para o mesmo cenário. Como se isso não bastasse, as habilidades de cada personagem não são estáticas e é possível não só aumentar o arsenal disponível para cada uma, como também melhorá-lo no decorrer da aventura. Esta capacidade atinge-se de duas formas: ao completar tarefas específicas de cada personagem, ou através de objetos que se encontram ao longo de cada nível e que nos concedem pontos para melhorar as habilidades. É um sistema interessante pois concede-nos várias ferramentas que permitem abordar as facetas da aventura de formas distintas e criativas, dependendo do tempo que quisermos dedicar àqueles desafios opcionais.

O melhor aspeto de Trine 5 reside exatamente na liberdade que concede ao jogador no que toca a diferentes formas de abordar o mesmo desafio. Mesmo que todos os “puzzles” não sejam flexíveis na sua resolução, a maioria permite abordagens e soluções múltiplas de acordo com a nossa criatividade e do desenvolvimento da personagem naquele momento, resultado da resolução de “puzzles” anteriores e da exploração a fundo de cada nível. É um ciclo que recompensa o jogador mediante o tempo investido na aventura. Por outro lado, foram incluídas duas formas de reduzir a complexidade de cada “puzzle” para quem sinta dificuldades na sua resolução e não queira dedicar tempo extra a completar tudo o que o jogo propõe. Para além de ser possível simplificar cada “puzzle” com base no grau de dificuldade pretendido, é ainda possível completar a campanha na íntegra em modo cooperativo, uma das imagens de marca da série. Aqui é igualmente possível optar por resolver versões menos complexas de cada “puzzle”, ou completar versões específicas de cada um que requerem a utilização simultânea de duas personagens, resultando numa forma única de vivenciar a aventura em relação a uma experiência a solo.

Contrariamente ao jogo anterior, Trine 5 apresenta um combate menos proeminente com menos ênfase e frequência que o seu antecessor. Apesar das melhorias, continua a ser o ponto fraco da série e pouco acrescenta à jogabilidade comparativamente às suas restantes facetas. O combate nunca é particularmente desafiante ou interessante, e a sua inclusão é difícil de compreender no desenvolvimento dos últimos capítulos. Visualmente o jogo é sublime, cada nível encontra-se repleto de cor e variedade que se destacam a qualquer momento. A perspetiva acentua todas estas vertentes e enaltece uma grande quantidade de elementos no cenário sem qualquer perda de clareza visual. O desempenho é exemplar, sem quaisquer quebras de fluidez quer num ecrã de televisão, quer no ecrã da Switch, verificando-se apenas uma perda mínima dada a resolução mais baixa no ecrã da consola.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
7 10 0 1
Trine 5 – A Clockwork Conspiracy é um regresso às origens, preferindo apostar nos seus aspetos mais fortes e não em reinventar-se como nos seus capítulos mais recentes. O resultado é um jogo que os fãs da série e do género vão certamente apreciar, mas que pouco mais tem para oferecer a quem não encaixe nesse público. Neste aspeto, A Clockwork Conspiracy não é a resposta que a Frozenbyte certamente procurava.
Trine 5 – A Clockwork Conspiracy é um regresso às origens, preferindo apostar nos seus aspetos mais fortes e não em reinventar-se como nos seus capítulos mais recentes. O resultado é um jogo que os fãs da série e do género vão certamente apreciar, mas que pouco mais tem para oferecer a quem não encaixe nesse público. Neste aspeto, A Clockwork Conspiracy não é a resposta que a Frozenbyte certamente procurava.
7/10
Total Score

Pontos positivos

  • Direção artística impecável
  • "Puzzles" desafiantes
  • Modo cooperativo

Pontos negativos

  • Inclusão desnecessária do combate
  • Enredo aborrecido
  • Pouco ambicioso

Diogo Caeiro

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.