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Disgaea 7: Vows of the Virtueless – Análise

Disgaea 6 não foi um jogo de peso quando chegou ao mercado, sobretudo se tivermos em conta que alguns dos seus novos elementos foram recebidos de forma negativa pela comunidade e pela crítica. Na análise a Disgaea 6 publicada pelo StarBit em agosto de 2021, este mesmo redator considerou que embora a transição para três dimensões tenha sido bem conseguida, os novos sistemas apresentados no jogo deixavam muito a desejar, especialmente a possibilidade de automatizar o combate. Eis que se estreia Disgaea 7: Vows of the Virtueless, jogo que tenta reinventar-se ao reverter, alterar ou melhorar praticamente todos os aspetos que fizeram de Disgaea 6 um jogo menos bom, e que agora transformam esta sequela num dos melhores capítulos da série, senão mesmo o melhor até à data.

Disgaea 7 desenrola-se num mundo conhecido como Hinomoto, inspirado numa ideia do Japão feudal, anteriormente regido pelo código Bushido mas que em tempos modernos é uma terra sem lei, sob o novo governante Demmodore Opener. Assumimos o papel de Fuji, um samurai vagueante, que embora se encaixe perfeitamente neste novo estado, é contratado pela turista multimilionária Pirilika, que pretende obter todas as armas lendárias de Ewwdo para a sua coleção pessoal. Se até aqui a sinopse não faz muito sentido, é o habitual em qualquer jogo da série Disgaea, mas este capítulo é particularmente interessante (e cómico). A dinâmica entre ambos os protagonistas encontra-se muitíssimo bem desenvolvida, e todas as personagens auxiliares fazem um trabalho estupendo no desenrolar das situações, cada vez mais caricatas, com que se deparam no decorrer do enredo.

Além do enredo, esta também é a primeira vez que Disgaea aborda um ambiente e tema tão específico para o seu submundo. Anteriormente teríamos ambientes mais modernos ou mais próximos do que normalmente associamos a um submundo, como o castelo de Laharl em Disgaea: Hour of Darkness, capítulo original da série, mas nunca houve muita consistência de tempo e lugar em termos de estética dos espaços como neste sétimo capítulo. Claro que dito isto, existe sempre aquele toque moderno de tecnologia e referências contemporâneas, mas que encaixa sem esforço em todo o conjunto e ninguém o questionaria a esta altura.

Disgaea 7 mantém uma realização gráfica totalmente em três dimensões, como em Disgaea 6, mas agora com um desempenho e aspeto muito melhores na Nintendo Switch, ainda que com opções diferentes mas com mais consistência e uma resolução mais elevada para quem prefira uma maior fluidez em troca de menos qualidade de imagem. Quando comparado ao desempenho sofrível de Disgaea 6, mesmo na opção menos ambiciosa, nota-se uma diferença significativa. Refletindo sobre todas as alterações feitas em Disgaea 6, olhamos para Disgaea 7 como um jogo que se reinventou em muitos aspetos, revertendo o sistema de classes para algo mais semelhante ao que tínhamos anteriormente.

A introdução de uma mecânica conhecida como “Jumblification” transforma qualquer personagem numa versão sua gigante fora do mapa de jogo, quase como um “kaiju” a atacar uma cidade, e a introdução do “Hell Mode” modifica bastante as condições de combate com uma transformação e melhoria de atributos significativa, além de habilitar a personagem com habilidades novas apenas disponíveis neste modo de jogo. Embora a mecânica “Jumblification” esteja disponível para a maioria das personagens, aliadas ou inimigas, o “Hell Mode” é apenas disponibilizado para algumas, o que faz delas particularmente úteis. A expressão pessoal é também uma característica forte na série DIsgaea, muitas das classes permitem ao jogador personalizar cores e outros elementos, mas o mais interessante em Disgaea 7 é mesmo a adição de géneros paralelos a classes já existentes, criando todo um conjunto de classes semelhantes às anteriores com ligeiras diferenças, mas dando assim muito mais escolha ao jogador, especialmente para classes humanóides.

Uma das maiores críticas feitas a Disgaea 6 foi a introdução de um sistema conhecido como “Demonic Intelligence”, que permite ao jogador automatizar as suas unidades para passar níveis sem a sua intervenção. Em Disgaea 7 esta funcionalidade ainda existe, mas com muito mais restrições, o que é bem-vindo. A “Demon Intelligence” não pode ser acionada no “Item World”, e para os mapas normais só pode ser utilizada depois de os completar. Além disso, este sistema agora consome um novo recurso conhecido como “Poltergas”, que apenas pode ser adquirido ao derrotar inimigos manualmente.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
9 10 0 1
Com todos os modos de jogo que esperamos como a "Demon Assembly" ou "Item World", bem como uma montanha de conteúdo que nos desafia constantemente após a sua campanha terminar, Disgaea 7 é o maior sucesso criativo desde Disgaea 2, e pode-se dizer sem qualquer exagero que melhora em todos os aspetos quando comparado aos seus últimos capítulos. Para quem não toca em Disgaea desde o seu salto para a alta definição, ou para quem este é o primeiro jogo, é decididamente a versão mais completa e melhor da série até à data, e merece ser jogado. Disgaea 7 consegue com sucesso reinventar-se quase por completo, e apresenta o sistema de jogo mais elaborado e satisfatório alguma vez visto na série.
Com todos os modos de jogo que esperamos como a "Demon Assembly" ou "Item World", bem como uma montanha de conteúdo que nos desafia constantemente após a sua campanha terminar, Disgaea 7 é o maior sucesso criativo desde Disgaea 2, e pode-se dizer sem qualquer exagero que melhora em todos os aspetos quando comparado aos seus últimos capítulos. Para quem não toca em Disgaea desde o seu salto para a alta definição, ou para quem este é o primeiro jogo, é decididamente a versão mais completa e melhor da série até à data, e merece ser jogado. Disgaea 7 consegue com sucesso reinventar-se quase por completo, e apresenta o sistema de jogo mais elaborado e satisfatório alguma vez visto na série.
9/10
Total Score

Pontos positivos

  • Sistemas melhorados
  • Enredo muito divertido
  • Imenso conteúdo

Pontos negativos

  • Extremamente intensivo ao tentar maximizar
  • Um pouco intimidante para novos jogadores

André Reis

O chicote que mantém a máquina a funcionar. Entusiasta pela indústria e com um gosto variado, mas com um especial amor por JRPG, nunca deixa escapar uma boa promoção e por consequência tem uma coleção maior do que alguma vez poderá ter tempo para a terminar.