Sea of Stars – Análise
Depois do sucesso de The Messenger a Sabotage está de volta com Sea of Stars, um JRPG inspirado por jogos da era 16-bit que ainda hoje são adorados e vistos por muitos como os pináculos do género. Sea of Stars não está aqui para descobrir a pólvora, optando antes por trazer uma experiência bastante apurada dos melhores elementos que se encontram nos JRPG clássicos.
A aventura começa com o jogador a optar por um dos dois protagonistas, Zale e Valere, decisão estética e que em nada afeta o desenrolar do enredo. Neste aspeto, não se trata de um jogo particularmente complexo, e faz uso de vários lugares-comuns dos JRPG no que toca ao enquadramento da história, que se traduz em pouco mais do que uma demanda para salvar o mundo de uma entidade terrível. Mesmo que seja genérica, é mais do que capaz de apresentar momentos dramáticos e cómicos na proporção ideal, sem nunca se tornar aborrecida. O elenco principal foi redigido com os mesmos princípios em mente, e é constituído por personagens divertidas mas que em nada se destacam de muitas outras propostas, passadas ou presentes.
O mesmo não se pode dizer do aspeto visual do jogo, nada menos do que deslumbrante e um testamento à versatilidade do estilo “pixel art” quando bem executado. Cada cenário foi produzido com rigor e pormenor impressionantes, apresentando uma clareza visual incomum em jogos que adotam esta direção artística. As animações são igualmente belíssimas, qualquer que seja o seu tipo ou contexto. Desde o movimento de cada personagem pelo mapa aos ataques de cada inimigo, é difícil encontrar algum elemento que não tenha recebido uma atenção extremamente dedicada. A banda sonora foi composta por Eric Brown, tal como em The Messenger, trocando desta vez as faixas frenéticas e contagiantes por uma abordagem mais serena. O compositor de Chrono Trigger, Yasunori Mitsuda, contribuiu também com algumas faixas que encaixam perfeitamente no jogo, dadas as influências que teve na composição de Eric Brown.
O combate decorre por turnos e combina tática com pressionar botões no momento certo para maximizar os efeitos de cada ação. Armas e habilidades diferentes requerem combinações de botões diferentes, e é ainda possível mitigar o impacto de alguns ataques inimigos consoante a destreza do jogador. É um sistema divertido e bem implementado, mas que não se desenvolve o suficiente ao longo da aventura e acaba por nunca tirar partido de todo o potencial das suas mecânicas. A progressão das personagens ocorre de forma conjunta e simultânea consoante os pontos de experiência e não de forma individual, como é comum nos JRPG. É assim possível desenvolver todas as personagens ao mesmo ritmo e preocuparmo-nos apenas com as habilidades próprias de cada personagem, em vez das suas capacidades vitais.
Mais interessante é a exploração e a densidade de cada espaço no que toca a atividades e desafios. Comparativamente a outros JRPG, Sea of Stars apresenta uma grande liberdade de movimentos, e permite não só explorar todos os recantos do mapa como também alcançá-los através de superfícies diferentes. Seja a correr, a escalar ou a nadar, há sempre algo de novo para descobrir, enquanto as masmorras apresentam um conceito semelhante, com a adição de vários tipos de “puzzles” contextuais semelhantes aos das séries Golden Sun ou The Legend of Zelda.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Aspeto visual deslumbrante
- Exploração muito bem implementada
- Combate divertido
Pontos negativos
- Enredo genérico
- Personagens pouco desenvolvidas
Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.