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Xenoblade Chronicles 3 – Análise

Xenoblade Chronicles 3 é o capítulo mais recente na série de RPGs da Monolith Soft que se tem afirmado ao longo do tempo pela excelsa qualidade de cada jogo e pela capacidade de explorar as possibilidades do “hardware” de cada plataforma ao máximo. Xenoblade Chronicles 3 traz-nos então uma aventura gigantesca numa consola de vertente portátil.

O enredo é a grande força dinamizadora do jogo, e é explorado através de longas sequências cinemáticas e em diálogos, muitos deles vocalizados. Se as sequências cinemáticas podem por vezes ser um pouco longas, rapidamente nos apercebemos que esta é uma impressão superficial e que a ênfase dada a cada protagonista torna a trama em algo memorável. Em Xenoblade Chronicles 3 vamos embarcar num mundo devastado por um conflito interminável onde duas fações lutam pelo seu tempo de vida. Cada soldado tem uma esperança de vida de dez anos e por cada soldado inimigo que derrotar obtém o seu tempo de vida correspondente para o relógio da sua povoação, mantendo assim uma motivação para combater bastante alta e sempre à flor da pele. A história leva-nos a conhecer um grupo de rebeldes, três de cada fação, que após um encontro com um soldado começam a questionar as regras do mundo que os rodeia. Os eventos e as personagens são explorados de forma brilhante e com bastante ênfase nas suas emoções. O nosso elenco é constituído por seis personagens e o jogo consegue a proeza de estabelecer uma ligação emocional entre o jogador e cada uma delas, explorando a sua individualidade de forma hábil e profunda, quer na narrativa principal quer nas missões secundárias. Existe ainda espaço para surpresas e reviravoltas, num argumento extremamente bem elaborado e imprevisível que nos mantém agarrados desde o primeiro minuto.

A longevidade é extensa e facilmente se atingem centenas de horas. Para isto contribuem também as sequências cinemáticas longas e os diálogos, o mundo enorme que demora horas a atravessar de uma ponta à outra, e um sistema de combate muitíssimo completo que torna as batalhas prolongadas mas nunca enfadonhas. As mecânicas de jogo são inúmeras e complexas, introduzidas de forma muito gradual e sempre com tutoriais que nos permitem uma ambientação bastante equilibrada. Começando pelo essencial, temos seis personagens à escolha e uma sétima que colabora connosco mas não é jogável, às quais adicionamos as fusões Ouroboros que nos transformam em guardiões extremamente poderosos. A evolução das nossas personagens funciona na base da acumulação de experiência e desbloqueia características e atributos. Além disso desbloqueamos classes novas ao longo do jogo, o que nos permite aceder a novos tipos de ataque, dotando o jogo de uma vertente estratégica extremamente completa. A somar a tudo isto, temos a possibilidade de executar ataques combinados poderosíssimos que transformam o combate num minijogo de cartas. A variedade dos combates é digna de registo e essencial numa aventura tão longa, o que permite manter a experiência interessante e exigente até ao final. A evolução das nossas personagens implica a repetição constante dos combates para obter experiência, a pensar nisso o jogo inclui uma opção de combate automático onde as personagens lutam de forma autónoma, camuflando assim a sensação de repetição. Esta opção foi implementada com vista à evolução das personagens, pelo que não é possível de selecionar em combates determinantes para avançar no enredo, exemplo de uma mecânica muito bem pensada e executada.

O mundo de Aionios é vasto e repleto de paisagens lindíssimas e avassaladoras. Se a série é conhecida pela sua ambição neste aspeto depois de ter implementado mundos vastos em consolas limitadas como a Wii e a 3DS, este capítulo ultrapassa tudo o que ousaríamos imaginar, ao ponto de expor de forma flagrante as limitações de uma consola que já conta com mais de cinco anos de mercado. Existem alguns elementos visuais que tiveram de ser adaptados para corresponder às capacidades da Switch, sendo ainda mais visíveis quando jogado de forma portátil. No entanto as escolhas foram feitas de forma inteligente, mantendo o mundo lindíssimo, cheio de pormenores e segredos para explorar e com uma variedade de criaturas e personagens fascinante.

As missões secundárias variam entre as habituais vertentes tarefeiras de reunir material ou ir do ponto A ao ponto B, mas uma grande parte apresenta histórias complexas que contribuem para conhecer melhor e expandir o nosso elenco. Esta variedade motiva o jogador a explorar todo o conteúdo e a ideia de que este vai ser explorado futuramente por DLC é vista com bons olhos. A banda sonora que acompanha a aventura é de excelência e é um dos pontos mais altos, não só deste capítulo mas de toda a série. As vocalizações são exímias e contribuem para a nossa imersão e ligação afetiva às personagens, enquanto a banda sonora torna cada momento memorável.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
10 10 0 1
Xenoblade Chronicles 3 é uma obra-prima dos videojogos! Uma história épica e emocionante cheia de personagens memoráveis com um mundo vastíssimo para explorar, uma banda sonora magistral e um sistema de combate extremamente completo. Após horas e horas de jogo continuamos a ser surpreendidos, e tudo isto numa consola versátil que nos permite levar uma aventura destas dimensões para qualquer lado.
Xenoblade Chronicles 3 é uma obra-prima dos videojogos! Uma história épica e emocionante cheia de personagens memoráveis com um mundo vastíssimo para explorar, uma banda sonora magistral e um sistema de combate extremamente completo. Após horas e horas de jogo continuamos a ser surpreendidos, e tudo isto numa consola versátil que nos permite levar uma aventura destas dimensões para qualquer lado.
10/10
Total Score

Pontos positivos

  • Direção artística exímia
  • Enredo emocionante e cativante
  • Sistema de combate e componente estratégica
  • Mundo vastíssimo e variado
  • Equilíbrio entre missões secundárias

Pontos negativos

  • Expõe algumas limitações técnicas da consola

Sérgio Mota

Após passar grande parte da sua infância em Hyrule e no Mushroom Kingdom dedica-se agora a explorar o vasto universo digital que o rodeia. Embora seja entusiasta de novos títulos é possível encontrá-lo frequentemente a revisitar os clássicos.