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Lair of the Clockwork God – Análise

Lair of the Clockwork God é um jogo que apresenta algo que se pode caracterizar como uma intersecção de géneros. Ben e Dan, protagonistas dos jogos anteriores Ben There, Dan That! e Time Gentleman, Please! protagonizam uma obra que desta vez adiciona uma vertente de plataformas à estrutura de aventura “point and click” convencional que se encontra nos seus jogos anteriores.

A premissa coloca o jogador a seguir duas direções paralelas: Dan tornou-se um protagonista de jogos de plataformas e ganhou a capacidade de saltar, enquanto Ben prefere seguir as convenções de uma aventura “point and click”, mantendo a sua abordagem mais investigadora. O jogador vai trocar entre as personagens de modo a resolver “puzzles” e desbloquear portas ou encontrar objetos que se encontrem no caminho, numa abordagem que requer elementos de jogo de plataformas e de aventura “point and click”. Ao longo da exploração, as expressões de Ben e Dan indicam claramente que estas personagens foram escritas para demonstrar que estão conscientes da sua condição de protagonistas de um jogo e encontram outras personagens pelo caminho que seguem o mesmo comportamento.

Ambas as abordagens são implementadas de forma relativamente satisfatória, embora não se complementem de forma ideal, o que torna a progressão entre objetivos algo estranha, com muitas paragens para investigar ao longo das secções de plataformas. Isto leva a que se formem altos e baixos na ação, quando os modos de interação poderiam juntar-se de forma mais orgânica em vez de se manterem tão fixos na fórmula clássica de “point and click”, tornando grande parte da experiência lenta e desinteressante.

O humor presente nos diálogos e interações pode ser um ponto de discórdia entre jogadores. Graças a um humor muito britânico, Ben e Dan criam um ambiente capaz de quebrar o gelo em muitas situações e que até certo ponto, tapa as falhas mecânicas do jogo quando os protagonistas se queixam dos problemas encontrados. Embora não seja a solução ideal, pelo menos diverte e mantém o jogador interessado. Felizmente e após algumas partes iniciais bastante lentas, Dan ganha a capacidade de levar Ben às cavalitas e acaba por eliminar muita da lentidão envolvida na troca de personagens. Infelizmente o jogo acaba por isolar as formas de exploração demasiadas vezes, perdendo assim muitas oportunidades para criar desenhos de níveis híbridos que pudessem tirar partido das características de cada vertente. Em vez disso, existem secções onde se usam exclusivamente mecânicas de plataformas e de investigação, onde raramente estas se intercetam para usar ambas ao mesmo tempo.

Igualmente infeliz é o desempenho de Lair of the Clockwork God na Nintendo Switch e que está longe do ideal. Quer num ecrã de televisão, quer no ecrã da consola, o jogo tem imensos problemas para manter um desempenho estável. Felizmente está disponível uma atualização que o permite estabilizar.

CONCLUSÃO

CONCLUSÃO
7 10 0 1
Lair of the Clockwork God é uma mistura peculiar, com um vinco britânico bastante marcado e tenta contrastar isso com mecânicas de jogabilidade híbridas. Não junta dois géneros com sucesso, mantendo-os largamente separados, mas o humor com que lida com os seus problemas de jogabilidade consegue mitigar uma parte destas falhas. Um jogo bastante invulgar mas que é perfeitamente capaz de divertir os fãs de aventuras "point and click".
Lair of the Clockwork God é uma mistura peculiar, com um vinco britânico bastante marcado e tenta contrastar isso com mecânicas de jogabilidade híbridas. Não junta dois géneros com sucesso, mantendo-os largamente separados, mas o humor com que lida com os seus problemas de jogabilidade consegue mitigar uma parte destas falhas. Um jogo bastante invulgar mas que é perfeitamente capaz de divertir os fãs de aventuras "point and click".
7/10
Total Score

Pontos positivos

  • Controlos intuitivos
  • Opções de acessibilidade
  • Diálogos divertidos

Pontos negativos

  • Desempenho instável
  • Início bastante lento
  • Algumas secções são bastante aborrecidas

André Reis

O chicote que mantém a máquina a funcionar. Entusiasta pela indústria e com um gosto variado, mas com um especial amor por JRPG, nunca deixa escapar uma boa promoção e por consequência tem uma coleção maior do que alguma vez poderá ter tempo para a terminar.