Pathfinder: Wrath of the Righteous – Análise
Pathfinder: Wrath of the Righteous é um dos poucos títulos disponíveis na consola da Nintendo exclusivamente através da “cloud”, e o único RPG isométrico que entra nessa lista. Wrath of the Righteous adapta mais uma das histórias da série literária de RPGs Pathfinder, optando desta vez por desenvolver o seu enredo e conflito de forma mais aprofundada, em contraste com o contexto de fantasia mais genérico do seu antecessor Kingmaker.

A história é centrada no portal mágico conhecido como Worldwound, situado na fronteira entre o mundo mortal, Golarion, e o abismo onde têm origem as criaturas demoníacas, conhecido como Abyss. Os momentos iniciais da aventura revelam a invasão de um festival por um exército de demónios, e a discrepância entre a sua força e a dos guardas presentes nas imediações é muito óbvia. Por força do acaso, cabe ao jogador como primeiro passo libertar esta cidade, e eventualmente exterminar de forma definitiva as hordas de demónios que continuam a assolar o mundo dos mortais.
O modo de criação de personagens é extenso, e traz uma quantidade avultada de possibilidades semelhante ao que se encontra em RPGs de papel e lápis. Existem dezenas de classes à escolha, cada uma composta por arquétipos diferentes, cada um com uma história distinta. Existem ainda muitas outras opções que influenciam não só a aparência da nossa personagem mas também vertentes distintas da jogabilidade, desde o combate à interação com o mundo. Mesmo que seja potencialmente intimidante para jogadores pouco familiarizados com o género, este é um dos elementos mais gratificantes da aventura, e recomenda-se que se passe algum tempo a explorar a fundo todas estas possibilidades.

Existem ainda outras dois modos da vertente principal da jogabilidade, conhecidos como Crusade Battles e Crusade Management, que são introduzidos em determinados momentos do enredo. Ambos resumem-se a minijogos de gestão de recursos relativos a batalhas de escala pequena e ao desenvolvimento de um pequeno reino. Embora sejam inicialmente bem-vindos, tornam-se enfadonhos rapidamente, e são pouco mais do que uma distração da ação que o jogador procura.
Wrath of the Righteous distingue-se do seu antecessor nas mecânicas de jogabilidade, oferecendo pela primeira vez a escolha entre vivenciar o combate juntando elementos de tempo real e de combates por turnos (como se nota, por exemplo, na série Baldur’s Gate), ou exclusivamente por turnos. Embora isto possa parecer uma boa notícia para quem sente dificuldades nos moldes de jogabilidade habituais, não se encontra implementado da melhor forma, e o seu ritmo é excessivamente lento, particularmente em confrontos com um número de inimigos mais elevado que o normal. O aumento de dificuldade no desenrolar da aventura apenas exacerba este facto, e requer do jogador mais e mais tempo de planeamento e gestão de recursos para derrotar inimigos sem que a experiência se torne mais envolvente.
O elenco de personagens que podem ser recrutadas é enorme, sendo a grande maioria acompanhada por diálogo vocalizado e missões secundárias relativas aos percursos de cada uma. Dada a longevidade da componente principal do jogo, todas estas personagens desenvolvem-se de forma satisfatória, e o jogador é encorajado a fazer uma troca constante de personagens no seu grupo principal, dado o leque de possibilidades que cada uma acarreta. Existem ainda imensas interações por descobrir entre todas elas, e dependendo dos elementos que figuram no grupo principal, certas missões poderão ter desfechos diferentes de acordo com a presença específica de algum elemento, que por sua vez influencia o rumo de um qualquer evento.
Dada a forma como o jogo foi disponibilizado, a experiência de Wrath of the Righteous dependerá inteiramente da qualidade da ligação à internet do jogador. É necessária uma ligação rápida e estável para evitar quebras de fluidez e reduções aleatórias na resolução, sendo essencialmente impossível de eliminar estas situações por completo, mesmo com uma ligação boa. O esquema de controlos é funcional, mas fica muito a dever à combinação clássica de rato e teclado, principalmente em situações de combate onde não é possível realizar os habituais ‘atalhos’ através de combinações de teclas.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃOPontos positivos
- Enredo longo e cativante
- Elenco de personagens bem desenvolvido
- Modo de criação de personagens robusto
Pontos negativos
- Quebras de fluidez ocasionais
- Controlos restritivos
- Minijogos desnecessários

Insiste diariamente na superioridade da série Metroid Prime. Habitualmente ocupado a salvar o mundo de mais um deus irado, pausando ocasionalmente para redigir a sua próxima crónica.